Nestes dias de Verão fala-se muito da Festa do Avante.
Há preocupações legítimas de quantos não querem que esta possa acrescentar razões à expansão da Covid-19. Também há muitos medos excessivos como consequência natural de uma campanha mediática demasiadas vezes pautada mais por motivos do sensacionalismo do que pelo rigor da informação.
Mas há, sobretudo, uma inegável campanha conduzida nas 'redes sociais' e no jornalixo por aqueles que odeiam tudo o que venha do PCP ou de qualquer organização de trabalhadores.
Durante algum tempo pensei que não haveria Festa este ano. Parecer-me-ia razoável que o PCP não quisesse ser objeto de uma campanha ainda mais violenta do que aquelas que foram movidas contra as celebrações do 25 de abril e do 1º de maio.
Mas vai haver Festa. Como socialista só tenho que agradecer por esta determinação do PCP de ser igual si próprio 'contra ventos e marés'. É ainda essa 'casmurrice' que permite ao PS manter alguns traços de esquerda e ser eleitoralmente maioritário. Moldasse-se o PCP às vantagens do 'politicamente correto' como o fizeram os PCs francês ou italiano e também o PS português já estaria hoje em vias de extinção como sucede naqueles países.
A Festa é de facto um marco de liberdade e de luta favorável ao Povo e, indiretamente, também ao PS e ao BE.
São necessárias medidas inteligentes e claras de combate à Covid-19 mas os direitos de cidadania não podem ser 'enclausurados' nem a vida pública pode ser restringida à obrigação de trabalhar e estudar.
Dito isto há que relativizar algum alarmismo ativamente promovido sobretudo pela extrema-direita.
No mês de Agosto realizaram-se em Portugal bastantes eventos coletivos, festas, romarias e concertos. No mês de Setembro também estão previstos diversos que envolvem muitas pessoas e, alguns dos quais, se realizam em espaços fechados.
Basta uma rápida consulta na 'net' para percebermos que assim é.
Ainda bem!
