Este não é o meu PS

 

 


O 'hitlerilas' cá do burgo deve regozijar-se porque o PS deixou de ser "um Partido mariquinhas" (*) e juntou-se ao 'Chega' para aprovar, na Casa da Democracia,  um voto de louvor ao 'herói' da extrema direita.

Os únicos Partidos presentes no funeral de Marcelino da Mata foram o Chega e o PNR/Ergue-te.  Compreende-se que as forças assumidamente fascistas quisessem homenagear um dos seus que aproveitou as terríveis condições de guerra para exercer impunemente os seus mais baixos instintos de selvajaria.

Quando o chefe dos luso-nazis lamentou que o Chega não usasse "as suas prerrogativas para sequer sugerir [no Parlamento] um voto de pesar pelo falecimento de Marcelino da Mata" seguramente não imaginava ser possível que uma maioria negra se constituísse para aprovar tal intenção.

Mas, infelizmente,  aconteceu!

Os deputados do PS, por cobardia ou convicção, deram a mão à extrema direita para enaltecer no areópago maior da República alguém cuja única distinção foi a de ter sido um assumido criminoso de guerra. Os mesmos deputados que se têm 'esquecido' sucessivamente de homenagear vários dos 'Capitães de Abril' entretanto falecidos.

 

De um ponto de vista humanitário os deputados optaram por enaltecer um traidor que fez seu distintivo o mais abjeto terror. Alguém que usando o pretexto da guerra matou, queimou, torturou, estropiou indiscriminadamente civis, mulheres e crianças. Alguém que gostava de 'espicaçar' os soldados portugueses ostentando cabeças e orelhas dos 'turras', que volvidas décadas do fim da guerra se orgulhava em descrever os frios assassinatos que cometera e os requintes de malvadez com que torturava os guerrilheiros do PAIGC. Era um entusiasta do ódio que nem escondia o seu prazer em matar e esquartejar pessoas.

A guerra é algo de indesejável e tendencialmente mau e por isso tem regras e disciplinas incontornáveis. No teatro de operações muitos homens honrados ultrapassam, por vezes, os limites do que fariam noutras circunstâncias. Mas com Marcelino da Mata não é disso que se trata e ele sempre constituiu uma vergonha para a grande maioria dos soldados e oficias que o conheceram na Guiné. Precisamente porque ele era apenas um sanguinário que, protegido pela PIDE, tinha carta branca para usar o terrorismo como 'último recurso' de vingança, de medo e de repressão.

Quanto aos Direitos e Valores Humanos  os deputados do PS puseram-se do lado de quem pretende que a Guerra exclua qualquer sentido ético e seja apenas um campo de indignidade incontida. Com isso negaram os progressos guerreiros que ao longo de séculos foram construídos pelas civilizações e insultaram os milhares de portugueses e africanos que se combateram arduamente sem nunca se confundirem com quaisquer "marcelinos".

 

De um ponto de vista político os deputados do PS ao associarem-se a uma 'maioria vingativa'  liderada pelo Chega cometeram um erro inapelável que, por tão grave, nem cabe aqui analisar.

Dir-se-á apenas que traíram e mancharam a história do Partido Socialista, insultaram milhares de militantes e eleitores do PS e constituíram-se como uma entidade que não justifica qualquer credibilidade à esquerda e dá razão a quantos pensam que a 'gerigonça' foi apenas um oportunismo de sobrevivência quando o PS perdeu as eleições legislativas.

A política é feita de opções e exige clareza de princípios e de ações. Não há 'complexidade' nem 'conjunturas' que justifiquem o voto dos deputados do PS. 

Que o PSD se tenha vergado à vontade da extrema direita não me admira. Mas que o PS se tenha bambeado para o mesmo lado ?!

Alguém disse há uns tempos que o “o PS é um Partido de esquerda que tem uma minoria de direita”. É assim com os militantes de base e os eleitores mas quando os deputados abrem mão de valores essenciais estão a comprovar que no 'aparelho' tudo é ao contrário.

Esse não é o meu PS. Será que existe?

 

Gostem ou não os deputados do PS branquearam o discurso da extrema direita e deram a mão ao fascista do PNR

 



Os deputados do PS irmanaram-se com quem, como Marcelino da Mata,  pensa que a guerra se faz de vingança e terror.

 



 (*)


 

Calem-se, por favor.

 


Não é possível responder à pandemia e  mobilizar os portugueses para a defesa da saúde e das vidas se não houver um mínimo de serenidade e confiança. A descrença, o alarmismo e a cacafonia de 'achismos' e 'opinismos' funcionam mais como agentes de confusão e como desresponsabilizadores do que contribuem para a consciencialização da opinião pública.

Obviamente não se pode pedir aos mass media que deixem de  dar conta da evolução da doença. Desde logo porque a obrigação dos jornalistas é procurar e divulgar informação mas também, infelizmente, porque os mass media andam num desvario de concorrência de audiências e de 'bons serviços' aos interesses dos negociantes da doença.

Mas certamente poder-se-á pedir à plêiade de especialistas,  comentadores, cientistas, conselheiros e outras destacadas figuras da inteligência nacional que se contenham um pouco e que não se deixem manobrar tão 'ingenuamente' pelo uso que deles fazem nos mass media.

Provavelmente é difícil resistir aos 'cinco minutos' de fama que as televisões e os jornais corporativos proporcionam. É legítimo que cada um considere que a sua douta opinião sobreleva tudo o mais que sobre a matéria é dito e que sem ela não iremos conseguir ultrapassar dificuldades. 

Evidentemente que para alguns a pandemia oferece a boa oportunidade de se fazerem destacar com tudo o que isso significa para a sua projeção pessoal e para as suas carreiras. Compreende-se...

Mas, por favor, entendam o cansaço que tem provocado a constante rotatividade de personagens importantes a entrarem-nos pela vida a dentro  cheios de distintas certezas, críticas e 'orientações'.

Nestes meses aprendemos que entre especialistas, sábios e opinadores há certezas para todos os gostos. Se tem havido coisa boa é poder-se testemunhar quão fácil lhes é mudar de 'evidências' que num dia justificam o contrário do que, os mesmos, hão-de defender convictamente uns dias depois.

Naturalmente em ciência falar em 'consenso' só pode ser sinal de fraude. A ciência é, por definição, a dúvida, o provisório e a negação do pressuposto. Mas a ciência também é prudente, contida e desejavelmente discreta.

Querer usar a ciência ou o conhecimento académico para espetáculos quotidianos nos telejornais e nas páginas do 'Expresso' ou do 'Correio da Manhã' só pode dar mau resultado. Sobretudo provoca  saturação,  descrédito e uma enorme irritação perante tanta 'sabedoria'.

Pensem, estudem, trabalhem, opinem e proponham mas façam-no fora da praça pública. Não continuem a correr para o telejornal mais próximo de cada vez que lhes ocorra um pensamento interessante, não se ocupem tão afincadamente em descobrir uma qualquer originalidade para conseguirem meia página, com fotografia, no 'Público'.

É verdade que criticar é indispensável e, em princípio, pode ser útil. É mais que certo que se a crítica for dirigida sistematicamente contra quem tem que conduzir todo o complexo processo de defesa da saúde ou se for no sentido de lançar dúvidas e descrédito sobre o Serviço Nacional de Saúde então, os 'críticos' têm protagonismo garantido nos mass media.

Mas para esse criticismo já há profissionais encartados como Marques Mendes, Paulo Portas e tantos outros. Não é preciso que gente séria e com boas intenções lhes faça concorrência.

Sejamos claros: num tempo em que a luta contra a infeção é tão difícil, volátil e cheia de percalços é indispensável haver coesão na direção e confiança dos cidadãos. Agir conscientemente ou por ingenuidade contra isso é mau  e conduz necessariamente a dois resultados indesejáveis. 

O primeiro, que os decisores políticos, a quem hoje tem de caber a principal responsabilidade, sejam obrigados a deixar de ouvir especialistas, académicos e outros críticos sob pena de o país cair em total inoperacionalidade. 

O segundo o de a ciência e o conhecimento especializado ficar em compreensível descrédito junto dos portugueses cansados de tanto desvario opinatinativo.

Portugal não precisa neste momento de mais 'comités' de especialistas nem de mais académico em compita. Precisa, sim, de trabalho empenhado, constante, apoiado e reconhecido de todos aqueles que, aos vários níveis, estão a 'dar o corpo ao manifesto' para vencer  a pandemia.

Depois virá o tempo dos balanços, 'das facas longas', dos sábios e dos 'interesses'. 

Agora, calem-se, por favor.



 



Preparemo-nos, digo eu aos socialistas.

 

 


Aqueles que acreditaram  (acreditaram mesmo ?) num Marcelo Rebelo de Sousa convertido a um saudável exercício do poder,  sem ambições pessoais nem desvarios desestabilizadores que se cuidem. Já começou a mostrar ao que vem e ainda agora a procissão vai no adro.

A conspiração ao serviço dos seus amigos negociantes da doença parece prioritária. O facto de se estar a atravessar um momento difícil no combate à pandemia facilita a vida aos oportunistas e Marcelo não se esquece que sempre foi contra o SNS e que, na Legislatura anterior,  teve que 'engolir' uma Lei de Bases da Saúde, aprovada pela esquerda do Parlamento, de que discordava por refrear o fanatismo privatista.

Como a sua conhecida experiência de fazer passar recados para os peões ao serviço na Comunicação Social veio agora evidenciar que:

  • vai rasteirar sempre que queira desgastar o Governo:
  • reserva-se ao direito de fazer 'gerrilha' contra os ministro que entender;
  • recorrerá ao manancial do populismo e da mentira logo que isso lhe der jeito;
  • vai servir-se do aliciamento aos poderes facticos (Igrejas, Militares, Monopólios)  em proveito próprio

Sobre o  'murro' de S.Exª há que dizer três coisas.

Primeiro, o combate à pandemia em Portugal continua a ser globalmente positivo apesar da gravidade da situação vivida nas últimas semanas. 

Já agora convirá não esquecer que a má opção de opção de 'liberalizar' no Natal, com as consequências que se reconhecem,  foi em primeira linha pressionada por Marcelo Rebelo de Sousa na sua  calculada ambição de 'comprar' os apoios da Igreja Católica.

Segundo, é mentira que esteja a haver descontrolo na vacinação contra a Covid19. Pelo contrário, a 'campanha' tem estado a decorrer organizadamente e os casos de 'fura fila' e de situações acidentais são percentualmente muito diminutos. 

Neste momento não há maior número de portugueses vacinados porque a atuação das 'big pharmas' tem sido de um vergonhoso mercantilismo e a União Europeia foi incompetente.

Terceiro, a auto-demissão de Francisco Ramos de coordenador da Task Force para as vacinas deveu-se a uma atitude de grande rigor pessoal face a um incidente mínimo com a vacinação na Cruz Vermelha ainda que as insinuações para o seu afastamento, por parte do Ex.mo Presidente já viessem de trás. 

Importa lembrar que o novo Coordenador da Task Force, militar como desejava Marcelo, já era anteriormente membro da Task Force onde tinha a responsabilidade da operação de distribuição das vacinas.

O manobrismo da direita, capitaneado por Marcelo, para 'queimar' ministros e quadros na área do PS é apenas um primeiro passo para a recomposição das forças partidárias que melhor servem aos 'donos disto tudo'. 

Preparemo-nos que muito está para vir...

Felizmente não me incluo nos eleitores do PS que se constituíram como a maioria dos eleitores de Marcelo. Caso contrário já começava a torcer a orelha sem pinga de sangue.



Astrazeneca e o que mais importa

  O "tema sensação" destes dias é o das vacinas. Trata-se de saber como é que estão, ou não estão, a ser distribuídas ? Questi...